domingo, 5 de outubro de 2014

Endometriose e a árdua tarefa de encontrar um médico de confiança para o pré natal

Já contei aqui que quando fiquei grávida, estava tratando uma endometriose.
Mas afinal, o que é a ENDOMETRIOSE?

"Doença caracterizada pela presença do endométrio – tecido que reveste o interior do útero – fora da cavidade uterina, ou seja, em outros órgãos da pelve: trompas, ovários, intestinos e bexiga.
Todos os meses, o endométrio fica mais espesso para que um óvulo fecundado possa se implantar nele. Quando não há gravidez, esse endométrio que aumentou descama e é expelido na menstruação. Em alguns casos, um pouco desse sangue migra no sentido oposto e cai nos ovários ou na cavidade abdominal, causando a lesão endometriótica. As causas desse comportamento ainda são desconhecidas [...]
Hoje, a doença afeta cerca de seis milhões de brasileiras. De acordo com a Associação Brasileira de Endometriose, entre 10% a 15% das mulheres em idade reprodutiva (13 a 45 anos) podem desenvolvê-la e 30% tem chances de ficarem estéreis."
Fonte: Dr. Sergio dos Passos Ramos CRM17.178 – SP
http://www.gineco.com.br/saude-feminina/doencas-femininas/endometriose/
Pra quem quer saber mais sobre a endometriose, super recomendo o portal acima.

Eu já havia recebido algumas orientações de outros médicos quanto a esta possível endometriose, mas nunca tinha iniciado o tratamento porque não tinha um médico de confiança. A correria do trabalho, a falta de tempo e as mudanças de casa nos ultimos anos também acabaram sendo prioridade e minha saúde teve que esperar um pouco.

Agora eu tinha decidido iniciar o tratamento e quando descobri que estava grávida a possível-futura-confiança que estaria se desenvolvendo com a médica foi por agua abaixo. Claro que eu não confiaria mais nela para o pré natal, já que ela havia me garantido que era impossível eu engravidar, então eu teria que encontrar outro médico. Foi aí que começou o desespero...

Medica 1
A primeira médica com quem me consultei, foi óbvio a que com quem me consultava. Na verdade acho que voltei lá só pra dizer que estava grávida (o que ela havia dito que com certeza não aconteceria). Ela me deu os parabéns e me pediu alguns exames pra começar o pré natal e tal, mas… blé. Aqui não volto!

Medica 2
Pesquisa daqui, pesquisa dali. Procurei na rede referenciada do convênio e na mesma semana marquei uma consulta com uma outra médica. Esperei por umas 2 horas para ser atendida e a consulta durou menos de 10 minutos. Foi mais ou menos assim:

Eu: “Então, estou grávida”
Medica 2: “Legal, Toma buscopan se sentir dor e ácido fólico todos os dias. Te vejo daqui um mês.”
Só quando saí da consulta me dei conta de que ela nem ao menos perguntou como eu sabia que estava grávida. Sem chance!

Medica 3
Parei de procurar no livrinho do convênio e aceitei a sugestão da minha sogra de conhecer a G.O. que fez o parto do Thiago. Lindo, né? Fomos na primeira consulta, eu já tinha o resultado de alguns exames em mãos então já levei para ela olhar. Me senti segura ao conversar com uma médica que já tinha tanta experiência. Ela era muito segura, examinou pressão, abdômen, peso, etc, fez a carteirinha do pré natal, passou seus telefones e pediu pra me ver em 30 dias. Me passou uma segurança enorme, mas não senti empatia, não deu ‘liga’ sabe?

Ela cuidou de mim nas primeiras semanas de gestação e foi muito competente neste comecinho super delicado que é quando o risco de aborto espontâneo é maior. Me passou uma lista gigantesca de remédios, cremes, vitaminas e afins junto com o repouso quando tive um hematoma intra-uterino. Apesar disso, alguma coisa me dava um certo incomodo e este incomodo aumentou quando procuramos saber sobre a hora do parto e possíveis gastos com ele.

Ela demorou um pouco a falar sobre o parto, sempre que eu perguntava ela dizia para falarmos mais pra frente sobre isso então fui incisiva quanto a valores e a resposta foi que ela não atenderia o parto pelo convenio e que cobraria 4 mil reais para realizá-lo.

Se a falta de empatia me incomodava antes, agora realmente tinha um motivo para trocar de médico. Eu já pagava um convênio muito caro e não poderia arcar com os custos de um parto.

Começa a busca, tudo outra vez.

Medico 4
Foi super atencioso, mas cobraria 7 mil reais pelo parto.

Medico 5
Foi muito atencioso também e me explicou que a ANS agora não obrigava mais o médico a fazer o parto pelo convênio, porque os convênios repassavam valores ridiculamente baixos. Me explicou que o valor pago pelo convenio não cobriria suas despesas, nem compensaria que ele deixasse de atender duas consultas particulares por exemplo. Por essa razão ele e outros médicos optavam por não atender partos pelo convenio.

Medico 6
Cobraria o parto, mas seria apenas um valor para cobrir sua assistente (ou algo assim). Mas não estaria no Brasil no período de nascimento do meu filho e por isso não poderia nos atender.

Medico 7
Indicação de uma amiga, não cobraria o parto, foi muito simpático e me pareceu experiente, mas… só faz se for ‘cesárea agendada’.
Naquela época eu ainda não pensava em tipos de parto, mas definitivamente não queria ter que fazer o que quer que fosse. Não acho que tipo de parto é algo que possa ser pre-estabelecido.

Passei em mais duas ou três consultas com ele, mas nunca conseguia ligar no consultório, não tinha um celular dele para emergências, não tinha um cartão de pré natal, as consultas sempre tinham um espaço enorme porque a agenda dele era lotada…

Medico 8
Indicação de uma amiga também. Dentre todos os médicos com quem me consultei, ele foi definitivamente o mais atencioso. Apesar de ser relativamente novo, tem muita experiência, se mostrou paciente com todas as minhas perguntas, sempre disponível no celular, e-mail, whats app, sempre pronto para ajudar, esclarecer, tranquilizar. Apesar de eu ter chegado até ele disposta a encarar uma cesárea, ele tem me mostrado os benefícios do parto normal e que posso, sim, ser capaz disso. Sem peso e sem exigências, ele me ouve e me aconselha com o conhecimento que tem. Ele até atende no horário (o máximo que já esperei para ser atendida foi 1h e quem já passou com outros médicos sabe que isso é quase como ser extremamente pontual hahaha). Alem disso, ele tem o aparelho de ultrassom no consultório e em todas as consultas ele mesmo da uma olhadinha no bebê, o que deixa a gente super segura, ah, esse ultrassom não substitui os exames feitos em laboratórios.

Finalmente encontrei meu médico!
Sim, ele também irá atender somente parto pago como particular, mas poderei solicitar um reembolso pelo convênio o que facilita tudo. 

Enfim, depois de todas essas andanças e stress até encontrar um bom obstetra, se eu pudesse dar um conselho seria: Comece pelas indicações e siga sempre seu instinto. Você vai precisar de muita ‘liga’ com este médico no período mais importante e sensível da sua vida, então tem que ser um médico com quem você se sinta a vontade e tenha segurança ao seguir suas orientações. O médico que foi bom pra aquela amiga nem sempre será bom pra você, mas as chances de acertar são maiores quando alguém já lhe diz como foi a experiencia com ele.

2 comentários:

  1. Adorei seu relato, me identifiquei bastante porque eu também tive que peregrinar pra encontrar um médico pra fazer meu parto e o pior foi que com a demora meu pré-natal ficou aquela coisa, cada consulta era um médico diferente. Mas graças a Deus deu tudo certo e minha filhinha nasceu bem, hj tá com 2 meses, forte e linda!
    Também tenho um blog que falo de vez em quando sobre maternidade e minhas experiências na gravidez, se quiser passar lá pra conhecer fica o convite. ;)

    Beijos!
    http://baudabijou.com.br

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Olha Bijou, vou confessar que eu tive medo de ficar nessa peregrinação por tanto tempo que depois nenhum médico mais quisesse me acompanhar... Mas graças a Deus também deu tudo certo aqui.
      Adorei teu blog!
      Beijos!

      Excluir

Deixe seu comentário! Faça um blogueiro feliz! :)