quarta-feira, 8 de outubro de 2014

Tipos de parto - Quem é mais mãe?

Quando comecei a pensar mais a fundo sobre tipos de parto e como gostaria que fosse este momento pra mim, me deparei com uma situação horrorosa entre as mães: a competição entre quem é mais mãe dependendo do tipo de parto.

Por muitos anos a cesárea foi adotada no Brasil em números muito acima dos recomendados pela ONU. Era meio que o único tipo de parto. Necessárias ou não, muitas delas foram escolhas das mães e não apenas dos medicos. Não vou falar aqui se essas mulheres foram ou não induzidas a isso, ou se tinham todas as informações sobre os tipos de parto. Concordo que o médico deveria ser o primeiro a orientar sua paciente sobre os riscos, recomendações e tudo que envolve cada tipo de parto ao invés de procurar o que é mais conveniente pra si mesmo e que nem todos agem assim, exatamente por isso procurei um médico que tivesse o pensamento parecido com o meu, que respeitasse o que eu acredito. Meu intuito aqui é falar sobre algo que me incomoda muito e que não consigo entender, que é essa disputa sobre quem é "mais mãe ou menos mãe". Quero falar sobre a capacidade que temos (e deveríamos exercer) de respeitar a decisão do próximo.

Talvez eu não entenda porque nunca fui ativista, nem militante de causa alguma. Acho legal quem é, mas eu não sou. Sou adepta da liberdade de cada um fazer o que bem entende da própria vida e arcar com as consequências. Acho mediocre demais um ativismo que foca em si mesmo a ponto de acreditar que só é mãe de verdade quem teve o filho de parto normal. Já li por ai gente dizendo que só é mãe quem pariu, ou seja quem teve aquele parto normal/vaginal. Se foi cesárea, meu bem, você só passou por uma cirurgia.

Conheço também pessoas muito equilibradas sobre essa questão e sempre que posso eu faço uma perguntinha aqui, outra acolá. Gosto de ouvir o que essas mães tem a dizer. Elas passaram por um momento que eu em breve vou passar e sempre tem algum importante a dizer. Acho valioso demais ouvir alguém que sabe de um lado da historia que você não sabe.

Não é daí que vem o meu incomodo, não estou falando da defesa do tipo de parto por ter sido uma experiência muito boa, tranquila e bem pensada para mãe e bebê. Me refiro aqui a mentes que se fecharam a tal ponto, que tendo passado pela experiência mais maravilhosa da vida de uma mulher, tenham transformado seu aprendizado em uma causa que serve apenas pra se auto promover e desvalorizar outras mães. Feio demais, né?

Continuo me informando sobre os tipos de parto, sobre quando são indicados e quero poder contar a minha experiência a quem se interessar em ouvir. No entanto, jamais farei da minha experiência um modelo a ser seguido por todas as pessoas, mesmo que ela tenha sido a melhor experiência do mundo. Eu simplesmente não consigo viver num mundo de moldes prontos pra você se encaixar. Seria banalizar demais o que mais vale a pena nessa vida, que é o prazer de viver...

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